Quando somos recém chegados aqui
na Itália nos deparamos com uma porção de particularidades do mercado
imobiliário italiano.
Longe de querer esmiuçar em
detalhes cada modalidade de compra e aluguel de imóveis por aqui, a intenção
desse post é clarear, ainda que um pouco, os termos e as práticas comumente
realizadas pelos nossos “amici” italianos. Confira!
Fonte: Pixabay |
Affito: é a modalidade do aluguel, e acho que essa é a principal
opção de quem chega do exterior para iniciar a vida aqui na Itália. E é
realmente a melhor opção, para garantir a adaptação antes de realizar um investimento
bem maior como a compra de uma casa.
Quando buscamos uma casa para
alugar nos dirigimos às imobiliárias (agenzia
immobiliaria), ou a um corretor de imóveis autônomo (consulente immobiliare), tudo muito similar ao Brasil. Aqui vale
ressaltar que haverá a comissão do profissional, variando de acordo com o
perfil do mesmo e do imóvel.
Abro um parenteses para citar o
meu caso. Aluguei minha casa com um consulente e ele me cobrou (pela intermediação
e pelo registro do imóvel em meu nome) o valor de 300 euros. O registro do imóvel é importantíssimo! E não necessariamente
precisa ser feito com um consulente. Basta dirigir-se à Agenzia delle Entrate de sua região com o contrato de locação
assinado pelas partes e solicitar o registro. O mesmo demora aproximadamente 2
dias úteis para “entrar em sistema” e será um documento fundamental para que
você fixe sua residência posteriormente no comune.
A validade/duração do contrato de
aluguel aqui na Itália é longa: de 4
anos renováveis por mais 4 anos. E será um pouco mais difícil você
encontrar um proprietário que aceita fazer num período inferior.
Aí vem então a questão da caparra, ou seja, o valor caução pago ao proprietário em forma de garantia. Esse valor irá variar de caso para caso, e às vezes o proprietário nem irá cobrar (já ouvi casos, mas é muito, muito difícil que isso aconteça). Normalmente se refere ao valor de três aluguéis, pagos imediatamente na entrada.
E esse é um item a se prestar
muita atenção na hora de assinar o contrato. Normalmente o valor da caparra é integralmente devolvido no
final do contrato, a não ser que você devolva a casa sem prévio aviso ou a
devolva em um estado diferente de quando entrou (conservação, pintura, etc.).
Prazos e condições são sempre
muito particulares e devem ser observados isoladamente. No meu caso, por
exemplo, se eu quiser devolver a casa antes do fim do contrato, preciso avisar com 6 meses de antecedência. Caso
contrário, não restituo o valor pago em caparra.
Quanto aos tipos de casa aqui na
Itália, você com certeza vai se deparar com as seguintes nomenclatura:
- Appartamento: a modalidade mais comum de imóvel por aqui. Mas não
imagine prédios como no Brasil. Muitas vezes são casas em sobrados, geminadas,
em cortes ou não, que levam o nome de appartamento. Os prédios são, na grande maioria das vezes, muito parecidos aos da foto de abertura do post e das fotos abaixo.
- Bifamiliare: quando o “appartamento” está inserido num contexto de
apenas duas famílias. Normalmente é um sobradinho que uma família mora em cima
e outra na parte inferior.
- Villetta: o que conhecemos no Brasil como uma casa normal. Independente, normalmente grande, de apenas uma família. Pode ser encontrada também com a nomenclatura de “casa independente” ou ainda “terra/cielo”, ou seja, você compra ou aluga o imóvel inteiro, os dois andares. São sempre as opções mais caras de imóvel por aqui.
- Mansarda: os espaços são muito aproveitados nas construções italianas. E a modalidade mansarda é uma prova disso. São os últimos andares dos prédios e seria algo similar ao que conhecemos no Brasil como o “sótão”. Normalmente apresentam o teto no formato do telhado da casa, e nem sempre há uma “laje”. Por isso também é muito comum encontrar tetos de madeira e janelas tipo claraboia.
- Rustico: virão normalmente com a observação “da ristrutturare”, ou
seja, são construções que precisam de reforma antes de serem abitadas, ainda
que em apenas alguns cômodos.
- Asta: esse observação quer dizer que o imóvel está em leilão.
Normalmente foi devolvido ao banco que o financiou e está disponível para venda
por meio de leilão.
- Locali: se refere ao número de cômodos da casa. Logo, um bilocali (dois cômodos) será uma casa
de um quarto, soggiorno (sala), cozinha e banheiro. Um trilocale seria aquele com dois quartos, e assim por diante.
- Cucina Abitabile: é a cozinha que conhecemos no Brasil, mas não
aquela de apartamento. Aqui a mesa e as cadeiras ficam no mesmo ambiente.
- Angolo cottura: já nesse caso, é aquela cozinha de apartamento que
conhecemos, de dimensões bem reduzidas. Normalmente não tem divisão para o
soggiorno (sala de estar), formando um só ambiente.
Fonte: Pixabay |
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Esse valor gira em torno de 50 euros
mensais com a água inclusa, mas pode oscilar entre os 150 e 200 euros mensais no caso de a construção ter elevador,
jardins ou ter o sistema de aquecimento único para todo o prédio (riscaldamento centralizzato).
Minha opção é sempre fugir das habitações
que têm o sistema de riscaldamento centralizzato, optando pela modalidade de riscaldamento autonomo. Ou seja, você
terá sua própria caldaia no seu
apartamento. Assim, além de poder controlar quando ligar o aquecimento, se tem
a certeza de estar pagando exclusivamente por aquilo que você está usando.
Um site que gosto muito de
pesquisar imóveis aqui na Itália é o https://www.immobiliare.it/
Confira no próximo post a segunda
parte das particularidades das habitações aqui na Itália!
Abbraccio!